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Audioguia

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Apresentação - O Espaço Expositivo e as Obras
Textos
Ficha Técnica

Apresentação

Olá, bem-vindas todas as pessoas!

Este é o audioguia da exposição E o silêncio nagô calou em mim, de Denise Camargo, com curadoria de Diógenes Moura.

Com ele você poderá acessar todas as informações sobre a exposição, a descrição do espaço físico da mostra e das obras expostas.

Se tiver dúvidas ou dificuldades, recorra aos monitores de arte educação.

Em “E o silêncio nagô calou em mim” Denise Camargo expõe sua vivência no espaço mítico-ritual de terreiros, como a Casa das Águas, no município de Amador Bueno, em São Paulo, e em outros lugares e países por onde a artista caminhou. Ela compõe, durante vários anos, o que chamou de “notas para uma imagética do candomblé”, registrando a atmosfera de espera e entrega ao silêncio do aprendizado e da observação próprios à cosmogonia de uma África preta herdada pelo Brasil.

A exposição “trata das coisas que nos pertencem, do que temos direito, do que somos nós. Trata da existência [...] dos que assumem o próprio rosto”, diz o curador da mostra.

A experiência nos terreiros, que são territórios de resistência política e social, se circunscreve nas marcas de diversidade cultural, tanto para os que participam dessas religiões, quanto para a sociedade como um todo. Ainda assim, muitas vezes, é recebida com intolerância e preconceito.

Este trabalho pretende, por isso, desconstruir estereótipos atribuídos à herança afro no Brasil, especialmente os cultos nos terreiros, muito silenciados em virtude da repressão a que foram submetidos ao longo da história.

O Espaço Expositivo

O espaço expositivo é uma grande sala em formato retangular dividido em 6 espaços. Na sala temos 4 paredes que marcam a passagem, fazendo a divisão na exposição.

O acesso à Galeria se faz atravessando a porta de vidro que se abre, automaticamente, do centro para as laterais. A porta está adesivada na cor “azul luau”. Há duas paredes pintadas da mesma cor, uma de cada lado das portas.

Nessas duas paredes está adesivada a logomarca com o título da exposição.

O título está disposto na vertical ao longo de todo o comprimento da parede e deve ser lido de baixo para cima. No centro, estão as palavras Silêncio Nagô, na cor laranja. Elas são escritas em letras maiúsculas e sem espaço entre elas. O conjunto é rebatido para a linha de cima, de modo a causar inversão das letras, dando um efeito espelhado. Acima está o título E o silêncio nagô calou em mim, grafado em cor branca. Abaixo estão os seguintes dizeres, também grafados em cor branca: Fotografias de Denise Camargo. Curadoria Diógenes Moura está escrito no rodapé da parede na horizontal, assim como o período expositivo: 15 de novembro de 2023 a 14 de abril de 2024, ambos na cor amarela.

Se você desejar, pode tocar nessa parede para ver detalhes dessa marca da exposição.

A exposição contém um vídeo, uma obra colaborativa desenvolvida para tablet, um objeto e 31 fotografias preto-e-branco, uma é colorida. Estão montadas em molduras de madeira marrom, sem vidros.

Cada fotografia recebe um foco de luz direcional. As paredes são azuis nas duas primeiras salas, vermelho nas duas salas seguintes e pretas na última sala, onde ficam duas obras, o vídeo e o tablet

Ao lado de cada conjunto de fotografias há legendas de identificação, escritas em letras amarelas sobre fundo azul, vermelho ou preto, de acordo com a cor das paredes de cada sala.

Há também textos curtos escritos pela artista, adesivados nas paredes, em cor amarela.

Os textos do curador, da artista e do Sesi-Fiesp, também são adesivados em cor amarela.

Primeiro Espaço na Sala Retangular - Azul

À sua esquerda está a ficha técnica da exposição e à sua direita, a ficha técnica do Sesi-Fiesp e o texto institucional.

À sua frente, a uma altura de 130 cm do chão, está a obra O Mensageiro, série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam. A fotografia foi feita em Nova Orleans, Estados Unidos, em 2005, em templo da religião vodu. Retrata um homem negro. Ele tem a cabeça raspada e está de perfil, com o rosto voltado para a esquerda da imagem. Não é possível ver detalhes da expressão de seu rosto pois só há iluminação na parte lateral. O fundo é totalmente escuro. Ele veste um tecido branco preso, transversalmente, em um dos ombros. Está incorporado pela divindade Exu e dança. A imagem registra seu movimento, ou seja, tudo o que estava em movimento quando foi feito o clique aparece congelado, e fica registrado na imagem por meio de um borrão. Esta obra tem 107X150 cm.

Atrás dela, do mesmo tamanho, está a obra Oyá, o vento (2008), série Do útero sagrado, a natureza, que apresenta uma parede branca ao fundo e uma folha da árvore do dendê, vinda de fora do quadro, pendendo da parte superior da imagem. A folha desfiada forma uma franja que, colocada sobre portas e janelas, enfeita e protege os locais sagrados. É a folha dos iniciados ao culto dos egunguns, que protegem o segredo. É também um dos elementos dos orixás Iansã e Ogum.

No chão, logo abaixo das duas obras está adesivada, em cor preta, a frase: “Exu vem primeiro. Por que todas as imagens não me vêm assim?” Exu, segundo a mitologia iorubá, é o primeiro a receber reverências.

Continue para chegar ao segundo espaço onde estão quatro obras.

Segundo Espaço na Sala Retangular - Azul

Nesse ponto você começará a ouvir a música Notas para o silêncio, criada pelos músicos Che Leal e Ugletson Castro, especialmente para o ambiente da exposição. É uma composição em ostinato (ou motivo), que pretende fazer referência à circularidade do tempo dos mitos que não tem começo nem fim e, por isso se repete no cotidiano dos terreiros. Foi criada em frequências médias, médio graves e graves.

Na área a sua esquerda, estão as fotografias referentes à cerimônia chamada orô, na qual animais, como galinhas, cabras, cabritos, são abatidos ritualmente para servirem de alimento às divindades e à comunidade e aos visitantes, nas festas públicas.

À direita está a obra intitulada Assentamento 3 (2010), série Eu só acredito em deuses e deusas que comem. No centro da imagem estão dois pratos de barro, chamados alguidar, que contêm, cada um, uma estrutura de ferro em forma fálica e que representa Exu. O conjunto é enfeitado com penas e búzios.

Na parede ao lado estão duas obras. Estas fotografias foram feitas em uma área externa.

A primeira, intitulada Assentamento 2 (2010), da mesma série, está localizada na parte superior da parede. Na imagem, vemos ao fundo uma parede branca e folhagens. Ao centro, um pouco deslocada para a direita da imagem, vemos uma estrutura coberta por moedas, búzios, penas dos animas ali imolados em oferenda neste assentamento dedicado a Exu. No topo da estrutura está a cabeça de um bode.

Abaixo, está a fotografia intitulada Assentamento 1 (2010), também da mesma série, uma cena semelhante, em que a cabeça do animal pode ser visualizada já no chão, do lado esquerdo do quadro. Após alguns dias, a cabeça do bode é descartada, nas matas ou águas correntes. Como se trata de matéria orgânica, decompõe-se e se reintegra ao meio ambiente.

Na parede da direita, pendendo do teto, está a obra Capacete (2009), série Eu só acredito em deuses e deusas que comem. Mostra a costela de um animal, da qual foi retirada toda a carne. Ela está em cima de uma mesa, sobre uma tábua de corte branca. O fundo é escuro.

Continue para chegar ao terceiro espaço onde estão nove obras.

Terceiro Espaço na Sala Retangular - Azul

À sua esquerda está a obra Privilégio do objeto 1, série Máscaras africanas. Trata-se de um autorretrato da artista, feito em Pamplona, Espanha em 1992. A imagem mostra, no canto superior esquerdo, uma pequena parte do rosto da artista. No centro, a projeção da sombra de sua imagem, em perfil, na parede. A fotografia foi tomada em um ambiente interno que recebia luz vinda de uma janela, lateralmente. A silhueta indica que Denise tem lábios grossos, seu cabelo é crespo e está curto. Na legenda, ela diz que o autorretrato, no contexto desta série fotográfica, é uma assinatura visual, um modo de contemplar, imageticamente, sua própria identidade negra e brasileira.

Na continuação dessa parede, está a obra Ení (1999), série Em roupas de ração. A fotografia mostra uma mulher sentada sobre uma esteira de palha. Ela está de lado, com uma das pernas cruzada sobre outra, deixando à mostra um dos pés. A imagem é tomada de cima para baixo. O corpo, num corte da cintura para baixo, ocupa quase toda a área da imagem. Ela veste saia branca que esconde suas pernas. Vemos também seu antebraço. No canto inferior esquerdo vemos uma ponta de tecido branco com detalhes bordados na barra. A palavra ení traduz-se do iorubá como esteira.

Na parede à sua direita está um conjunto de 7 obras.

Da esquerda para a direta, na primeira linha são elas:

Para aceitar o sacrifício (2009), série Eu só acredito em deuses e deusas que comem, que mostra um grupo de quatro homens agachados ao redor de um cabrito que está sendo enfeitado para a cerimônia. Os homens vestidos com calças e camisas brancas, usam colares de miçangas no pescoço. No primeiro plano e à esquerda da imagem vemos uma pessoa de costas, agachada, levando a mão direita ao animal. Atrás desta, no canto superior esquerdo da imagem, percebemos o tecido branco da roupa de uma segunda pessoa que parece curvada sobre o animal. Ao fundo, percebemos as duas pernas da terceira pessoa e, por fim, à direita da imagem, vemos as pernas e parte do tronco curvado de uma quarta pessoa. Não é possível ver os rostos, o único homem com a cabeça visível está de costas e tem cabelos curtos, cheios, negros e cacheados. A cena é tomada por uma iluminação fraca, o que indica que o ritual foi realizado à noite.

Oxóssi (2000), série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam, mostra uma pessoa rolando no chão. Não é possível ver o rosto. A imagem borrada pelo movimento não mostra detalhes da vestimenta. Sabe-se que está vestindo uma calça em tecido listrado. Na lateral direita da imagem aparecem a perna e o pé de uma outra pessoa, que usa calça e sapatos brancos. Oxóssi é um orixá caçador, senhor das florestas e dos seres que nela vivem, é o orixá da fartura. É bastante difundido no Brasil porque habitantes de Kêtu, na África, cujas cabeças foram consagradas a ele, vieram para o Brasil, vendidos como escravos, e trouxeram o seu culto. Sua dança sugere os movimentos rápidos e precisos de uma caçada.

Vodun (2005), série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam, foi feita em Nova Orleans, Estados Unidos, em 2005. À esquerda e acima da imagem há uma pessoa vista do tórax para cima, com os braços erguidos e segurando uma cobra acima da cabeça. A imagem é borrada, o que significa que havia movimentação, no momento do clique. Mesmo a imagem não sendo muito definida, percebemos que se trata de uma mulher, pelo tipo de vestimenta africana e pelas grandes pulseiras adornando seus pulsos e que são chamadas de indés. Os indés serviram de inspiração para a criação da logomarca da exposição.

Na segunda linha estão as seguintes obras:

Egbé: Iyá Oritalé (1999), série Em roupas de ração, traz mulheres sentadas no chão, vistas de cima para baixo. Uma delas, à esquerda da imagem, está de costas, vestindo uma roupa branca que deixa suas costas nuas e usando o ojá na cabeça. Ojá é o nome que se dá ao turbante de tecido branco ou estampado, usado na cabeça. Ela tem as duas mãos unidas na altura do peito. Do seu lado esquerdo há uma outra que está numa área mais sombria e usa camiseta regata. Na frente delas há mais duas mulheres, mas só é possível visualizar suas costas e mãos apoiadas no chão. O título da obra, Egbé, traduz-se do iorubá como coletividade ou sociedade.

Tia Mina, ou, o lelê (2009), série Em roupas de ração. Apresenta, no quadrante inferior direito, uma mulher negra, de costas, trajada com blusa e usando um ojá branco na cabeça. Provavelmente está lavando louças na pia. Acima de sua cabeça, na parede, encontramos um suporte com uma pequena estatueta, uma quartinha e um potinho de cerâmica. A parte interna da cozinha tem meia parede de azulejos. Ao fundo, no lado esquerdo da imagem, vê-se uma janela que mostra, do lado de fora, uma área de serviço com varais de diversos formatos. A luz vem do lado direito, fora do quadro, iluminando todo o lado direito da mulher, e projetando sua sombra na parede abaixo da janela.

A última da linha é a obra Oferenda (2009), série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam. Registrada em um espaço externo, mostra um homem retratado do peito para baixo, vestindo calça e túnica curta brancos e usando dois colares de contas no pescoço. Carrega na mão direita um galo amarrado pelos pés. O homem caminha entre um muro branco e bancos de madeira. Perto de um dos bancos um cachorro descansa na sombra. A luz entra na cena, lateralmente, projetando sombras de diversas árvores em todos os elementos que a compõem.

Na última linha está a obra Galo na bacia (2009), série Eu só acredito em deuses e deusas que comem, que apresenta um galo preto dentro de uma bacia branca de ágata. Ele foi abatido durante o ritual do sacrifício. Não é possível ver sua cabeça. Seu pé retorcido e parte de uma asa estão pendurados para fora, na borda da bacia, que está no chão. Em seguida será depenado, limpo e preparado na cozinha do terreiro.

Continue para chegar ao quarto espaço onde estão onze obras e um objeto.

Quarto Espaço na Sala Retangular - Vermelho

Na parede da direita estão duas obras:

Do barracão 1 (1999), série Xirê, mostra o barracão, onde ocorrem as festas públicas. Sobre um tablado estão cinco cadeiras de palha adornadas. A do centro é maior e branca. No espaldar, o mais alto de todos, foram deixados os ilequês (colares de miçangas coloridas usados pelos participantes). Esta cadeira leva uma almofada estampada. As outras quatro são menores e mais simples, cada uma contendo uma almofada no assento. Sob a cadeira maior há um tapete estampado. Na parede, atrás do tablado, há janelas de vidro com grades de ferro e algumas estatuetas africanas. Do lado direito da imagem, pode ser vista uma porta aberta que permite entrada de luz no ambiente. A estrutura social diferencia os adeptos de acordo com a idade de iniciação. Este conjunto de cadeiras serve de assento aos hierarquicamente superiores, como o pai de santo, que ocupa a cadeira central, mais alta.

Do barracão 2 (1999), série Xirê, mostra uma sombra desse conjunto de cadeiras no chão. A imagem é predominantemente escura, porém no canto superior esquerdo é possível ver uma área provocada pela luz que entra por uma porta aberta. Começa mais intensa e se prolonga por quase toda a extensão da lateral esquerda da imagem. A área central da fotografia mostra sombras projetadas no chão, geradas tanto pelas cadeiras que servem de assento aos hierarquicamente superiores, ou os “mais velhos”, quanto pelas janelas que estão atrás das cadeiras. As sombras se misturam e criam formas geométricas no chão.

Na continuação dessa parede está a obra Curvo a cabeça agradecida (2000), série Xirê, que mostra um casal deitado ao chão em posição de reverência, de frente para a porta do barracão. Ambos estão com roupas bastante estampadas, sendo à esquerda uma mulher e a direita um homem. No pescoço, visto por trás, usam um colar de palha com uma espécie de vassourinha na ponta. Esse colar indica que eles são iaôs (participantes com menos de sete anos de iniciação). Duas mulheres estão à frente deles em pé, na entrada da porta. Só é possível ver seus pés e as barras dos vestidos rodados, e muito estampados.

Continuando na mesma parede, um pouco mais adiante, estão duas obras:

Quartinhas (1999), série Egbé, apresenta um conjunto de cerca de 15 quartinhas, espécie de vasinhos brancos de porcelana com tampa. São bojudas na parte superior e mais afuniladas na parte inferior. Levam pequenas alças dos lados, como um açucareiro. As quartinhas são dispostas irregularmente, lado a lado. Estão no chão, ao lado da coluna que marca o centro do barracão. O ambiente é iluminado apenas por uma luz lateral, que cria sombras tanto no chão, quanto nesses objetos. Algumas estão identificadas com o nome das pessoas da comunidade. A que está mais a frente leva a inscrição Kalejaye, nome ritual de uma das filhas de santo dessa casa. Quartinhas fazem parte dos assentamentos e contêm água limpa para ser utilizada nos rituais.

Ao lado está a obra Assentamento de Ogum (2000), série Eu só acredito em deuses e deusas que comem. A imagem, tomada rente ao chão, mostra uma esteira de palha, esticada no piso, sobre a qual estão uma moringa do lado esquerdo; no centro, um alguidar de barro contendo objetos de ferro que representam o orixá Ogum, pratos, garrafas e uma bacia de plástico ao fundo. O segundo plano é desfocado e dele vem a luz que ilumina o assentamento por trás, em contraluz, projetando sombras sobre a esteira e fazendo que ela brilhe em determinados pontos em que a luz a toca.

Na parede em frente, à sua esquerda há três obras alinhadas. A primeira é Homenagem a Mario Cravo Neto. Mas quem sou eu? (2009), série Corpos inscritos nos mitos. Mario Cravo Neto foi um fotógrafo que produziu um rico inventário da religião dos orixás, na Bahia, terra onde nasceu. A fotografia apresenta o tronco de um homem, de perfil, sem camisa. Na religião de matriz africana, o corpo é uma unidade reconstruída no processo de iniciação. Na parede ao fundo há um quadro de avisos, um balaio pequeno à esquerda, uma peneira, à direita. Próximo à parede, atrás do homem, há uma mesa sobre a qual está uma quartinha, sem tampa, usada como vaso para folhas secas. À esquerda do quadro, encontramos um conjunto de tijolos vazados, por onde entra a luz que ilumina e faz brilhar as costas do homem, fotografado contra a luz.

A terceira, Oguns no Xirê (2000), da série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam. Mostra duas pessoas, uma ao lado da outra. À esquerda está um homem. À direita, uma mulher. Ambos incorporados pela divindade Ogum, senhor do ferro e das guerras. A imagem é borrada pois ambos estão em movimento. Eles vestem roupas com tons de azul escuro e vermelho, transpassadas no corpo. Têm a cabeça coberta por uma espécie de turbante (torço ou ojá) e sobre ele, o da esquerda traz uma coroa prateada e a da direita traz um capacete feito de palha da costa. O da esquerda usa braceletes prateados e a da direita usa braceletes feitos com palha da costa. Ambos usam colares de miçangas coloridas, os brajás. A imagem, tomada de baixo para cima, revela, acima de suas cabeças, o teto de zinco prateado do ambiente e ao fundo imagens desfocadas de pessoas e elementos de decoração. É uma fotografia colorida. A segunda, Oguns no Xirê 2 (2000), da série Eu só acredito em deuses e deusas que dançam, é uma variação desta, em preto-e-branco e ainda mais borrada pelo movimento da dança.

À direita dessa parede estão duas obras lado a lado:

Osún, é essa água (2007), série Do útero sagrado, a natureza, captada nas Cataratas do Iguaçu do lado argentino. Mostra uma volumosa queda d’água. Na parte superior, em tons mais escuros, a água em queda. No centro, a água e a espuma se misturam. Na parte de baixo da imagem, há uma grande área branca, uma névoa, resultante da força e do impacto da água sobre ela mesma. No limite do canto inferior esquerdo podemos ver um resquício de vegetação em primeiro plano. Este pequeno galho de árvore dá a escala com a qual compreendemos a grande dimensão da cachoeira. O sistema ritual é fundado nas relações das divindades com elementos da natureza. Oxum é representada pelas águas doces de rios e cachoeiras.

Ao lado dela está, Òyá, o vento (2008), série Do útero sagrado, a natureza. É mesma obras que foi apresentada na abertura da exposição, só que neste caso em dimensões de 50X80X5 cm.

Na parede à direita desta parede está Memórias da espuma rosa (2009), série Em roupas de ração. A imagem mostra um ambiente externo cheio de sombras de árvores projetadas em um varal e nas áreas de parede próximas a ele. Há vários panos cujas estampas se misturam com as sombras ali projetadas. O varal das casas de santo é sempre farto de roupas e panos diversos. Simbolicamente, expressa todo o labor que envolve a organização das festas e dos rituais.

Ao lado dessa fotografia, sobre uma prateleira vermelha, está um ferro de passar e engomar antigo que funcionava com carvão em brasa em seu interior. É um objeto confeccionado em ferro. Ele tem uma forma retangular afinado em uma extremidade. Na parte superior do objeto há um suporte de madeira para segurá-lo. Na parte traseira há uma tampa que se abre para colocar as brasas. Esse objeto remete à história da artista, pois pertencia a sua mãe, que quando brincava com esse ferrinho. A avó da artista lavava, passava e engomava roupas. Em um dos textos da exposição, ela diz sobre seu processo artístico: “herdei o ferro, herdei o movimento de lavar no tanque toda vez que preciso criar”.

Continue para chegar ao quinto espaço onde estão três obras.

Quinto Espaço na Sala Retangular - Vermelho

Na sua frente está a obra Travessia, série Latejar inquietudes, feita durante um passeio pelo Rio Tejo, em Portugal, em 1992. Mostra duas meninas negras, de aproximadamente 10 anos, debruçadas na janela de um barco. Elas usam roupas brancas. A janela tem uma cortina simples, aberta, dividida em duas partes. A menina localizada à esquerda olha fixamente para a câmera e apoia uma das mãos sobre o vidro da janela. Ao seu lado, à direita, bem próxima ao limite da janela, a outra dirige o olhar para fora, sem olhar para a câmera. Esta obra constrói uma metáfora para a travessia “da calunga grande”, o mar – o contexto do tráfico transatlântico que transformou em escravas e escravos mulheres e homens africanos que eram livres. “Barco” é o nome que se dá ao conjunto de pessoas que vivem, juntas, o processo de iniciação ao candomblé.

Esta obra integra a Coleção Legado Africano da Embaixada Brasileira em Dakar

Na parede da esquerda estão duas obras:

Peji (2005), feita em Nova Orleans, Estados Unidos para a série Heranças compartilhadas, registra um altar onde estão vários objetos. À esquerda da imagem há uma estrutura de madeira semelhante a uma pequena penteadeira, sobre a qual estão algumas penas, vidros de perfumes, um porta-retratos, maquiagem, um pequeno colar em forma de coração sobre o espelho. Ao lado, está uma imagem de uma santa, e ao seu redor alguns colares de contas de metal. À direita, uma vela de sete dias acesa, e duas taças. Atrás dela, quadros com figuras femininas desenhadas, um porta-retratos e um frasco de mel. Junto à parede, ao fundo há uma cortina de renda. Percebe-se ser um altar sincrético, dedicado a Oxum, que simboliza a beleza e o feminino.

Na parte inferior da parede está a fotografia Olhos iguais postados para mim (2005), realizada no Harlem, Nova York para a série Heranças compartilhadas. Revela um adolescente negro vestido com camisa branca, calça, gravata com o nó afrouxado e usando sapatos escuros. Ele está deitado em um sofá forrado com um tecido em estamparia africana. Há grandes almofadas que ele usa como travesseiro. Na parede atrás do sofá aparecem partes de duas janelas, de onde vem a luz que ilumina toda a cena. Ele tem as mãos cruzadas sobre o peito, uma das pernas esticada sobre o sofá e a outra para baixo, com o pé apoiado no chão. Ele olha diretamente para a câmera.

No último espaço estão quatro obras: duas fotografias, um vídeo e uma obra colaborativa desenvolvida para tablet.

Sexto Espaço na Sala Retangular - Preto

Ao entrar nesta sala você ouve a música Ishmael, de Abdulah Ibrahim, que acompanha imagens editadas para um vídeo de 4 minutos, elaborado pela artista para apresentar um resumo da exposição.

Este ambiente abre, à sua frente, a mesma obra inicial, O mensageiro, só que em dimensões de 50 X 80 X 5cm.

À sua esquerda está a obra Roncó, útero sagrado (2000), série Do útero sagrado. Ela apresenta o interior do quarto destinado ao recolhimento dos iniciados, visto de fora para dentro. A porta está aberta e sobre ela foi colocado o mariô (folha do dendezeiro desfiada que protege os locais sagrados). Ao lado direito da imagem vê-se a luz que incide de fora, iluminando e formando uma mancha de luz ao lado da porta. O segundo plano, ao fundo, mostra o interior do quarto, com duas janelas no alto por onde se vê o brilho da luz do dia, e uma cortina aberta para a esquerda. Os iaôs, isolados do cotidiano para aprender cantigas, rezas, modos de viver na comunidade, passam o tempo confeccionando colares de contas e paramentos para as divindades. Recebem, nesse período, banhos preparados com folhas de plantas propíciatórias e fazem oferendas diversas. Na iniciação são denominados iaô. Após sete anos, na cerimônia chamada decá, passam a ser chamados de ebômi.

Na parede em frente, há a obra colaborativa O que cala em você? É um tablet onde roda o aplicativo para interação dos visitantes com a exposição. Peça auxílio dos mediadores para registrar uma resposta a essa pergunta.

Aqui termina o roteiro de visitação. Percorra o caminho de volta para sair da exposição. Se desejar mais informações ou tiver dúvidas, mediadores e orientadores de público estão capacitados para atender você.

Agradecemos por sua visita!

Texto Institucional

Uma experiência imagética da cultura afro-brasileira

A Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp recebe a exposição E o Silêncio Nagô Calou em Mim, de Denise Camargo, com curadoria de Diógenes Moura, em que a artista explora, por meio de imagens fotográficas, a cultura afro-brasileira. Ao registrar os rituais do candomblé, busca apresentar crenças e tradições que têm sido reprimidas ao longo da história de nosso país.

As obras, que incluem fotografias, textos, vídeo, aplicativo de interação e música, convidam o público a desvendar o verdadeiro significado dos “silêncios” da artista: representam a espera, a conexão com forças ancestrais e a vivência nas comunidades de terreiro. Uma celebração da cultura afro-brasileira com sua profunda espiritualidade em destaque.

O SESI-SP é uma instituição que trabalha pela educação de forma ampla e onde a cultura é parte importante nesse processo. Desta forma, todas as ações e os projetos desenvolvidos pela instituição visam à formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita, além da promoção da economia criativa nacional.

Texto da Artista

Processos de um silêncio

A matéria para as séries que compõem esta exposição são os Brasis que começaram a correr, fortes, em mim.

Surgiram pelas mãos de Madrinha, a irmã de meu pai. Foi ela que me apresentou alegrias e me ensinou a seguir o som dos tambores. Ali, eu era criança e passei a acreditar em divindades que comem, dançam, entram na roda, entram na gente. O semba calunga fez samba dentro do meu peito – parafraseio, aqui, o poeta Capinan. Aquilo ficou em mim.

Foi assim que meus olhos se achegaram. Depois, entraram para o xirê e atravessaram minha pesquisa artística neste Brasil, marcado pelo racismo estrutural, pelos intolerantes capazes até de golpear espaços sagrados e de assassinar pessoas que preservam a fortuna das profundas raízes negras fincadas na identidade brasileira.

De fora, vejo toda gente chegando para celebrar a presença de nossos ascendentes míticos que reforça a ancestralidade preta em territórios de resistência política. De dentro, estou com os pés no chão, com as saias e os saiotes engomados das mulheres, com a comida que sai cheirosa e pelando da cozinha; estou emocionada, ao batuque dos instrumentistas.

Do canto do barracão assisto à expressão de axé. Do centro da roda, participo dela. Das imagens, às vezes elas escapam do ver consciente – inconsciência como a do transe, para além da cena religiosa: imagens são notas que resgatam belezas em cicatrizes, aquelas que só conhece quem sabe que é preciso rezar bem o feijão fradinho para fazer um bom acarajé.

Texto do Curador

Ebó pós-tudo

Diante dos olhos da mulher que escuta está o que ela procurou a vida inteira: o consciente-inconsciente percebido no transe, no invisível que escorre por entre os dedos e banha o seu corpo libertário: o viés do sagrado em um país profano, o Brasil, terra iluminada pela alegria e pela perversidade, onde, a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado. Diante dos seus olhos, a mulher escuta o som dos atabaques de origem banto e nagô, a cerimônia que definiria os destinos da sua presença desde sempre ancestral.

Alguma coisa concreta que, em tempos passados, uniu a sua mão à mão da sua Madrinha, quando aquela outra mulher, definitiva para a sua compreensão artística e religiosa, a levava para as festas de São Cosme e São Damião, os Erês, e ela, em plena infância e diante de um desconhecido silêncio, ouviu para nunca mais esquecer os Alabês assentarem suas mãos sobre os atabaques. E então o mundo dos deuses e dos orixás estariam unidos para sempre dentro do seu Orí, o cérebro da individualidade do sujeito, guia dos filhos e filhas de santo na jornada do seu Ayê. Denise Camargo nunca mais estaria sozinha.

E o silêncio nagô calou em mim trata disso: desse silêncio profundo diante do desconhecido, “do tutano da palavra sagrada”, do que poderá ir do ontem ao muito além, de um corpo índio, africano, mestiço que temos obrigação em reconhecer sem ter medo de possuir as coisas que nos pertencem (o transe, o fundamento, o sacrifício, o azougue, a passagem), diante e por dentro desse mesmo país onde vivemos e que insiste em não perceber sua verdadeira identidade: Odùduwà abre os caminhos para Okán.

E segue adiante, esse silêncio nagô, em direção aos sentimentos que nos pertencem, ao que temos direito, ao que somos nós. Segue adiante na força dos que assumem o próprio rosto, a própria identidade, sem cair na armadilha de modelos identitários politicamente corretos importados de um “primeiro mundo” sempre em guerra. Segue adiante no corpo e na alma dos que possuem uma humanidade distinta, uma protocélula impregnada de mitos que vêm de um passado futurista, e cantam e dançam fincados em nossa raiz + terra + fogo + água + ar e na memória dos que têm certeza de que cicatrizes não se transferem.

Textos-Frases

As frases a seguir estão adesivadas em cor amarela nas paredes do espaço expositivo. São de autoria da artista, que as extraiu de seu caderno de processo artístico. Esse caderno é um suporte poético tanto para apontamentos quanto para a instauração do objeto artístico. Pode conter o processo de trabalho ou ser, muitas vezes, a própria obra. É parte do processo de criação, abrigando elementos sensíveis cuja ferramenta expressiva está, justamente, na capacidade de revelar as reflexões sobre o trabalho. São registros que tentam organizar fora a inquietação que parte de dentro, do meio, “do meio de um processo”, os percursos da criação ou para a criação.

Exu vem primeiro.
Por que todas as imagens não me vêm assim?
Travessia gesta nascimento.
Ali, uma personalidade mítica desvela.
Busco a imagem.
Dentro fora. Fora dentro.
Às vezes,
uma nota acentuada fora do lugar.
Também batucava dentro do meu peito.
Sob meus pés.
Parecia dançar em mim.
E meus olhos se punham em tudo que se movesse.
Em tudo que silenciasse.
Ali, começaria a crer, sem saber,
em deuses e deusas que dançam.
Minha mãe, criança, brincava de lavar, passar, engomar.
O ferrinho a carvão passava roupa “de verdade”.
Herdei o ferro.
Herdei o movimento de lavar no tanque,
toda vez que preciso criar.
Grafia sagrada que sai de uma terra distante e
pulsa nas peles e veias das gentes daqui.
E os cantos foram surgindo
de um porão de navios distantes,
daquela roda de terreiro, lá de antes,
de um outro que sou eu mesma.
Calar [Do lat. calare, ‘fazer baixar’, ‘fazer penetrar’...]
Verbo transitivo indireto.
7. Penetrar fundo; gravar.

Outras frases foram propostas pelo curador e estão adesivadas também em amarelo nas laterais das paredes. São elas:

O viés do sagrado em um país profano
Cicatrizes não se transferem
O invisível no corpo libertário
Radicalmente humano
O transe molha a palavra

Quem fez este silêncio

Projeto e fotografias
Denise Camargo
Curadoria
Diógenes Moura
Projeto expográfico e iluminação
Juliana Augusta Vieira
Programação visual e Direção de Arte
Pedro Menezes
Museologia
Pollynne Santana

Tratamento de imagens
Fernando Fogliano
Impressão de imagens
Ricardo Tilkian e Kelly Polato
Molduras
Espaço oPHicina e Capricho Molduras

Pintura
Lourival Lima Oliveira
Montagem fina
Pedro Layus
Comunicação visual
Vaima Comunicação Visual

Acessibilidade

Consultoria
Edson Defendi
Audioguia
Ateliê Oju, Bruno Serroni e Juju Resolve

Paisagem sonora

Notas para o silêncio
Che Leal e Ugletson Castro

Aplicativo O que cala em você?

Programação
Fernando Fogliano
Desenvolvimento web
Felds Liscia e Giovani Ferreira
Operações web
Lucas Aquino

Vídeo “E o silêncio...”

Concepção
Denise Camargo
Direção e edição
Guga Ferri

Guia Educativo
Denise Camargo e Thalita de Oxum
Assessoria de Imprensa
Agência Galo
Redes sociais
Fabiane Benetti

Assessoria jurídica nacional
Artur Fernandes
Assessoria jurídica internacional
Yosara Trujillo
Assessoria financeira
Prestacon

Produção
Léia Magnólia e Leandro Gabriel
Produção-Executiva
Ateliê Oju
Logo Oju Produções

Audioguia

Audioguia para pessoas com deficiências visuais. Pode ser utilizado pelo público geral


Consultoria
Edson Defendi
Roteiro
Denise Camargo
Ledores
Gravação
Bruno Serroni
Produção
Juju Resolve e Ateliê Oju

SESI - Serviço Social da Indústria

Departamento Regional de São Paulo

Presidente
Josué Christiano Gomes da Silva

Conselheiros

Conselheiro
André Luiz Pompéia Sturm
Conselheiro
Dan Ioschpe
Conselheiro
Elias Miguel Haddad
Conselheiro
Luiz Carlos Gomes de Moraes
Conselheiro
Antero José Pereira
Conselheiro
Narciso Moreira Preto
Conselheiro
Sylvio Alves de Barros Filho
Conselheiro
Vandermir Francesconi Júnior
Conselheiro
Massimo Andrea Giavina-Bianchi
Conselheiro
Irineu Govêa
Conselheiro
Marco Antonio Melchior
Conselheiro
Alice Grant Marzano
Conselheiro
Marco Antonio Scarasati Vinholi
Conselheiro
Sérgio Gusmão Suchodolski
Conselheiro
Daniel Bispo Calazans

Superintendente do SESI-SP
Alexandre Ribeiro Meyer Pflug
Gerente Executiva de Cultura
Débora Viana
Supervisor Técnico de Cultura
Luis Davi Gambale
Supervisor de Gestão de Projetos Culturais
Jonatas Willian de Oliveira Sousa

Núcleo de Contratações Artísticas

Analista de Serviços Administrativos
Eduardo Viegas Cerigatto
Analista de Serviços Administrativos
Ione Augusta Barros Gomes
Analista de Serviços Administrativos
Jonatã Ezequiel de Menezes da Silva

Equipe de Artes Visuais e Audiovisual

Analista de Atividades Culturais
Elder Baungartner
Analista de Atividades Culturais
Eliana Garcia
Analista de Atividades Culturais
Larissa Lanza

Centro Cultural Fiesp

Supervisor Técnico
Marcio Madi
Mediador Cultural
Alcides Moraes Neto
Mediadora Cultural
Maria Fernanda Guerra
Mediador Cultural
Rodrigo Domingos de Andrade
Orientadora de Artes Cênicas
Priscila Aparecida Gabriela Borges
Orientadora de Público
Éderly Cármen C. Ribeiro Rocha
Orientador de Público
Herbert de Souza Laurentino
Orientador de Público
Matheus Cardoso Nogueira
Monitora de Arte Educação
Alessandra Rossi
Monitora de Arte Educação
Catarina Aretha Abreu
Monitora de Arte Educação
Diana Proença Modena
Monitor de Arte Educação
Ítalo Ângelo Pereira Galiza
Monitora de Arte Educação
Joyce Neves
Monitora de Arte Educação
Tainá Alves Custodio
Monitora de Arte Educação
Thalita Marangon Bião
Monitor de Arte Educação
Vinicius Araujo Buava
Encarregado Maquinista
Nilson dos Santos
Maquinista
Alessandro dos Santos Peixoto
Maquinista
Menes Santos Machado
Iluminador
André Luiz Porto Salvador
Iluminadora
Dara Thayna de Lima G. Duarte
Iluminador
Rubens Marcel G. Torres Masson
Iluminador
Rutílio Gomes Pauferro
Sonoplasta
Charles Alves dos Santos
Sonoplasta
Roberto Aparecido Coelho
Sonoplasta
Roselino Henrique Silva
Contraregra
Carlos Leandro de Carvalho Braga
Contraregra
Evandro Pedro da Silva
Contraregra
Júlio Silva Neto
Estagiária
Bianca Moriel Rodrigues
Estagiária
Luana Barros Villar Dietrich
Estagiária
Maria Fernanda Minuci Motta
Estagiária
Yasmin de Souza Araújo

Núcleo de Memória Cultural

Analista de Atividades Culturais
Josilma Gonçalves Amato
Estagiária
Nathaly Fernandes Souza
Estagiária
Thais dos Anjos Bernardo

Equipe de Comunicação

Diretora Executiva de Marketing e Comunicação Corporativa
Ana Claudia Fonseca Baruch
Gerente de Marketing e Comunicação Corporativa
Leticia R. C. Martins Acquati
Direção de Criação
Bruno Bertani
Gerente de Planejamento Digital
Rafael Queirós
Gerente de Imprensa
Rose Matuck
Assessora de Comunicação
Mariana Soares de Andrade Lima
Estagiário
Klelvien Cabilo Arcenio